terça-feira, 26 de abril de 2016

Abraço maior que nós.

Recebi um convite, "gostava muito que viesses cá a casa. É um jantar de amigos. Podes trazer o teu mais que tudo. É depois de amanhã", assim.

Do Twitter, para a vida real. Sair da chuva. Sem rodeios. E continuava "a Ana depois envia-te a morada por DM. Ou liga-te. Dás-me o teu número...".

A chuva parou. O coração explodiu... Pensei nas milhares de vezes que fugi de convites assim. Que ganhara eu? Sim, que com o que perdera poderia eu contar, adivinhar, saber. 

Arrisquei.

Quando abriu a porta recebi o sorriso do mundo. E um abraço maior que eu. Que ele. Que nós.

Recebi um amor puro e duas mãos expressivas. Dois olhos que transportavam estrelas, lagos e luas escondidas. Recebi silêncios de surpresa, recebi amigos, recebi filhos, recebi partilhas e estórias, recebi também comensalidade, a paixão a mil, gargalhadas. Bem estar. Recebi quase tudo.

Saí completa. Prometi voltar. E foi.

Voltei uma e outra vez e da minha casa abriram-se as portas. Da minha vida dei amor e chão que deu sonhos de sonos de final de tarde. E lágrimas de perdas e gargalhadas de vitórias ou conquistas.

E o abraço. Sempre o abraço. Pronto. Cheio. Vivo. 

No final de todo este tempo, nas contas das figas e dedos cruzados, da admiração imensa, do carinho revestido de sensações de saudade, de ajuda, de meio-meio, de caracóis numa tarde de verão, no final de tão pouco tempo, parece que te sei há uma vida inteira, sempre num abraço MAIOR que nós.

Ao Zé.